- O Juiz

  

A trombeta poderosa espalha seu som
pela região dos sepulcros,
para juntar a todos diante do trono.
A morte e a natureza se espantarão
com as criaturas que ressurgem,
para responderem ao juiz.
Um livro será trazido,
no qual tudo está contido,
pelo qual todos serão julgados.
Logo que o juiz se assente,
tudo o que está oculto, aparecerá:
nada ficará impune.
O que eu, miserável, poderei dizer?
A que patrono recorrerei,
quando apenas o justo estará seguro?
Lembra-te, ó juiz piedoso,
que fui a causa de tua peregrinação,
não me perca naquele dia.
Procurando-me, ficaste exausto
me redimiste morrendo na cruz
que tanto trabalho não seja em vão.
Juiz de justo castigo,
dai-me o dom da remissão
diante do dia da razão
Choro e gemo como um réu
a culpa enrubesce meu semblante
a este suplicante poupai, ó Deus.
Tu, que absolveste a Maria,
e ao ladrão ouviste
a mim também deste esperança.
Minhas preces não são dignas
seja bondoso e faça misericórdia,
que eu não queime no fogo eterno.
Dai-me lugar entre as ovelhas
e afastai-me dos bodes
que eu me assente à Tua direita.
Senhor tem piedade,
Sou um espírito que só vejo
Tristeza ao meu redor.
Súplicas preenchem o sombrio
precipício da minha vida.
Uma massa negra tão depressiva de
pensamentos negativos.
As trevas me confundindo
Faz-me querer
deixar a vida.
Que meu espírito possa como as
folhas no outono, voltar para o mar,
Onde o teu espírito habita.
Que minhas faltas possam
ser perdoadas!
Dia de lágrimas aquele
em que o homem pecador renasce da sua cinza
para ser julgado!
Sou prisioneiro num mundo lúgubre,
um espírito nauseabundo procurando por algo
A essência da alma.

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