Louca Excitação



Deliciosamente você me seduziu
Levando-me a um delicioso sonhar
Lentamente, meu corpo despiu,
Como louco, pediu pra eu me entregar...
Suas ávidas mãos a me excitar,
Com carícias audazes, mas tão ternas,
Seu jeito delicioso de me tocar,
Suas pernas entre as minhas pernas...
Envolvendo os corpos, louca excitação,
Na mais inesquecível penetração...
Puro delírio o vai vem de sua boca,
Fez-me delirar, pensei ficar louca,
Gozo pleno, sem pressa de acabar,
Corpos descansaram o delírio do amar...

- Triste Dama Solitária


Andando em uma rua
No meio da multidão
Pairava só sobre ela
Uma nuvem de escuridão
Sua mente viajava
Em um mundo paralelo
Muros sujos de vermelho
Luzes quebradas
Asfalto inundado pelo medo
Céu escuro
Nuvens negras
Noite triste
Nenhuma estrela
Sem saída
Sem entrada
Somente ela em sua jornada
Em busca de um olhar
De carinho e compreenssão
Ou mesmo só alguém
Com um pouco de atenção
Rostos desconhecidos
Sempre a pressa nunca parar
E ela com sua tristeza
Pura lágrima a rolar
Espírito escondido
Fraqueza revelada
Ela ali em seu martírio infinito
Tentando ser amada
Triste dama solitária

- Vem comigo


Vem comigo...
vamos ao céu de mãos dadas
passear entre nuvens.

Vem comigo...
num lindo sonho azul
sobrevoar o oceano insultar o vento.

Vem comigo...
sem perguntar aonde
sem cobrar da vida o que ela não responde.

Vem comigo...
escalar montanhas derreter geleiras
habitar iglus.

Vem comigo...
para o impossível para o inviável
para o que é bom.

Vem comigo...
abra a porta e entre
acomode-se para sempre
nesse louco coração!

- Estou Cansada


Estou cansada de ser incompreendida e descartada,
quem diz que me entende, não entende nada.

Dizem que estou assim por lembranças,
dos meus sonhos que se configuraram tristes e inertes,
como uma ampulheta imóvel,
que não se mexe, não se move.

Me sinto trancada no banheiro,
fazendo marcas no meu corpo com meu pequeno canivete, deitada no canto...
meus tornozelos sangrame a dor é menor do que parece.

Quando me corto,
esqueço que é impossível ter a vida calma...
viver em dor, o que ninguém entende,
tentar ser forte a todo e cada amanhecer .

Uma das minhas amigas já se foi, ninguém entende...
não me olhe assim com esse semblante de bom samaritano, cumprindo o seu dever como se eu fosse doente,
como se essa dor fosse indiferene ou inexistente,
muitos não sabeme não entendem,
sei que a loucura esta presente
e sinto a essência estranha do vazio que conheço bem...
de quando em quando um novo tratamento,
e o Mundo continua o mesmo,

o medo de voltar para casa a noite...
os homens que se esfregam nojentos...
no caminho de ida e volta para casa,

a falta de esperança e o tormento
de saber que nada é justo e pouco é certo,
e a maldade anda sempre aqui por perto.

A vilencia e a injustiça que exite num Mundo onde a verdade
é o avesso e a alegria não tem mais endereço.

- Constatação


Chega de amar e sofrer por quem cala
Eu tropecei nos erros e piorei tudo
Não suporto mais toda essa minha fala
Vou desistir de amar esse sobremundo

Agora viverei minhas dores sem incomodar
Serei uma sereia cantando amores ao luar
Aqueles corações pulsantes deixaram de pulsar
Suas correntes eu guardo, para seus beijos lembrar

Sonharei todos os dias com seu olhar
Tentarei exaustivamente não pensar
Mas suas palavras em mim vão estar
E eu sei que pra sempre vou te amar

Mas guardarei a dor em mim
Pois esta é a melhor solução
Pelo menos permanecerei assim
Com um amor no coração

- O Corpo


Corpo de lua
desejoso do dia em que se torna pleno
corpo de mar
sedento da maré cheia
que traz com os búzios carícias sonhadas
sussurrando baixinho gemendo na onda que beija a areia.

corpo de seda
concha devoradora que te acolhe
corpo em chamas
pirómano ao teu toque suave

seguro o teu mastro a pino
sou a tua vela que se enrola
e desenrola
transformada em língua
da minha cor do desejo

no silêncio dos mar de espumaa
lençois alvos ainda
oiço-me-me no meu silêncio, iço-me no teu mastro
navego-te, montando a tua aventura
fecho os meus olhos de espanto
sabe-me a boca à tua aventura por outros mares
desejo o meu final no teu, em fugaz e imensa união.

recebo o teu espanto no meu corpo
sou o teu orgasmo, a tua espuma
os lençóis são o meu oceano
coloridos agora de memórias de paixão.

- Se a Dor...



Se ao menos esta dor se ouvisse
se ela batesse nas paredes
abrisse portas… falasse…
se ela cantasse e despenteasse os cabelos.

Se ao menos esta dor se visse
se ela saltasse fora da garganta (como um grito!)
caísse da janela fizesse barulho… morresse…

Se a dor fosse um pedaço de pão duro
que a gente pudesse engolir com força
depois cuspir a saliva fora
sujar a rua, o espaço… o outro…
esse outro escuro que passa indiferente,
e que não sofre tem o direito de não sofrer.

Se a dor fosse só a carne do dedo
que se esfrega na parede de pedra
para doer fisicamente.
Doer penalizante, doer com lágrimas
se ao menos esta dor sangrasse!

Talvez depois ela desaparecesse!

- Acordei...


Acordei minha busca
que adormecia na saudade
porque a vida me pede
que continue a buscar.

Que mude as vestes do sonho
se precisar
que os passos sejam mais lentos
não importa.

Importa é esperar esse encontro
na terra ou nas ondas do mar
poder ouvir novamente
a flauta mágica dos que amam!

Eu sei que você existe
nunca deixei de acreditar
se abandonei a procura
foi por achar que não sabia mais amar.

Mas eis que renasce em mim
a crença antiga que me domina
de que o único sentido da vida
é o amor! Por isso busco você...

- Para Sempre


Ah! para sempre! para sempre! Agora
não nos separaremos nem um dia...
Nunca mais, nunca mais, nesta harmonia
das nossas almas de divina aurora.


A voz do céu pode vibrar sonora
ou do Inferno a sinistra sinfonia,
que num fundo de astral melancolia
minh'alma com a tu'alma goza e chora.


Para sempre está feito o augusto pacto!
Cegos serenos do celeste tato,
do Sonho envoltos na estrelada rede,


E perdidas, perdidas no Infinito
as nossas almas, no clarão bendito,
hão de enfim saciar toda esta sede ...

- Longe de Tudo...


É livres, livres desta vã matéria,
longe, nos claros astros peregrinos
que havemos de encontrar os dons divinos
e a grande paz, a grande paz sidérea.


Cá nesta humana e trágica miséria,
nestes surdos abismos assassinos
teremos de colher de atros destinos
a flor apodrecida e deletéria.


O baixo mundo que troveja e brama
só nos mostra a caveira e só a lama,
ah! só a lama e movimentos lassos...


Mas as almas irmãs, almas perfeitas,
hão de trocar, nas Regiões eleitas,
largos, profundos, imortais abraços!

- Alma das Almas


Alma das almas, minha irmã gloriosa,
divina irradiação do Sentimento,
quando estarás no azul Deslumbrarnento,
perto de mim, na grande Paz radiosa?!


Tu que és a lua da Mansão de rosa
da Graça e do supremo Encantamento,
o círio astral do augusto Pensamento
velando eternamente a Fé chorosa;


Alma das almas, meu consolo amigo,
seio celeste, sacrossanto abrigo,
serena e constelada imensidade;


entre os teus beijos de etereal carícia,
sorrindo e soluçando de delícia,
quando te abraçarei na Eternidade?!

- Abraça- me


Deixe-me deitar no seu ombro... quero seu calor.
Aqueça-me, estou triste... triste de uma tristeza que fala , reclama, questiona, entra em conflito .
Tento, mas não fujo...

Acolha-me... Proteja-me... preciso me acalmar... seu silêncio fala, mostra ser todo ouvidos...
Vou aos poucos serenando... limito palavras, frases... revelo-me, já escuto o que me dizes.

A tristeza vai migrar, não se preocupe... estou ficando bem...
Já não ficarei tão só .

- Vagando



Vagamos neste mundo, como almas, pelo destino
marcadas, carregando cruzes que não pedimos, punidos sem julgamento,

atiçam-nos nossos desejos, nossas vestes, já rasgadas, desnudas carnes ameaçam-nos incendiar, a qualquer momento!

Tentei ser eu mesmo, livrei-me das cadeias sem
nexo, que os limites do senso comum,

a meu corpo,
impunham, coração libertei, dei asas ao anjo do meu próprio sexo, novas marcas me adornaram, agora, minha dor, testemunham!

Num conflito entre as forças primevas,

Yin e Yan
do desejo, campo franco entreguei às batalhas, sem temor, sem Ira, por um olhar de atenção que fosse, por um simples beijo, arderam-me as carnes,

consumidas, como que numa pira!

Em meio a tantas desditas, tanto sofrimento sem
causa, fui levado, da loucura às raias,

meus limites a encarar, me deixei seduzir,

aceitei nesta guerra,
armistício, pausa, na esperança, que a bonança, pudesse estas chagas curar.

Mas era tarde demais, e só agora disto me dei
conta, pois ferida de amor não se cura,

apenas se
enterra, e na batalha em que estejam os sentimentos em jogo, melhor seria deixar-se consumirem as carnes em fogo, que acreditar poder esconder,

sentimento de tal monta, pois o coração, sempre será a vítima maior desta guerra!

- Infelismente Amanheceu



Anoitece,
então a primeira estrela surge no céu,
ela tem o seu nome.

Contemplo-a,
e tão logo surgem outras
eu a perco no infinito.

Grito seu nome na esperança de ouvi-la,
nada...só se ouve o silêncio, sei que ainda está lá.

Mas quando eu a encontro,
as outras estrelas antes tão lindas
perdem o brilho e vejo apenas você
na imensidão de um céu escuro.

De repente,
invade meus olhos o brilho de sua face
estampada na lua cheia.
Sua beleza me entorpece,
adormeço...

Acordo preocupado,
não vejo as estrelas, não vejo a lua,
não vejo você, me entristeço,
infelizmente amanheceu.

- Carta de Amor


Meu amor!

Nunca pensei que meu coração fosse tão grande!
Só descobri agora, quando vi alojada dentro dele,
a montanha de saudades, que eu sinto de você.

Eu fico olhando o mar,
e penso que aquelas ondas enormes,
se parecem com a minha saudade...
que vem vindo, se avolumando cada vez mais,
e quando a gente pensa que elas vão explodir o mundo,
de repente param...
e suavemente deitam-se na praia, gemendo.

Eu lembro do seu sorriso...
ele me lembra a gaivota, que esteve aqui,
tão perto de mim, ao alcance da minha mão,
e hoje é um pontinho no horizonte,
quase se apagando nos olhos e na lembrança.
Lembro das suas mãos,
que um dia eu retive entre as minhas,
das quais pude sentir o calor e a suavidade,
e como se fossem o vento de outono, foram embora para longe, deixando-me apenas o desejo incontrolável
de retê-las para sempre.

Suas palavras doces passeiam no meu pensamento,
como se fossem nuvens,
que vão se desvanecendo lentamente,
sem no entanto cairem no esquecimento.
Até mesmo das suas palavras rudes eu me lembro,
quando se despedia de mim com sarcasmo,
sem me dar tempo de lhe responder,
e me ocorre que elas foram como a chama,
que se aproximou perigosamente da minha pele,
sem no entanto queimar,
apenas emanando o gostoso calor da provocação.
E hoje... tudo é saudade!
Que se agiganta dentro de mim a cada minuto,
sem eu saber se amanhã ou depois,
vai se deitar suavemente sobre a vida,
como as ondas se deitam na praia.

Se um dia eu tiver novamente o seu rosto em minhas mãos...
se eu puder olhar nesses olhos maravilhosos que um dia eu olhei...
eu acho que poderei descobrir a cor da saudade,
e contarei ao mundo a minha descoberta.

Vem amor...
dê-me a chance de satisfazer a curiosidade do mundo!

- O que é ?


Sonhos... o que é ?

Se não a vontade de realizar o desejo real, de fazer verdade... e esse desejo ardente !!!


Prazer ....o que é ?

Se não o sentimento inteiro que solta pelos poros da gente, uma louca vontade de querer um amor !!!


Desejo ... o que é ?

Se não uma vontade que dispara o coração !!


Solidão ... o que é ?

Se não sonho, o prazer, e o desejo tudo junto batendo forte na falta de um grande amor no coração !!!

- Doce Abraço





Sentir meu corpo dilacerado
Em mil pedaços
No rosto
Percorrem lágrimas de sangue
Enquanto em minhas mãos
O coração,
Que com o tempo tento curar
Meu sentimento de destruição
De sentimento aqui nada sobrou
A não ser a triste solidão
Que agora é companheira,
Desta vampira
Que chora e sente dor
Meus olhos não suportam mais a luz
Porque a noite é meu lar
A eternidade,
Filha desta criança
O presente das trevas que tanto eu quis
Ver meus entes queridos partir
E saber que jamais,
Os verei novamente
Me peça a eternidade
Darei toda a dor da terna vida sombria
Sentirás a dor que sinto agora
A dor que mata o corpo lentamente
E suga a alma humana,
Que você um dia possuiu
Você é um vampiro
Amor,
Nunca mais sentirá
Porque a morte anda ao seu lado
E deixa sua marca,
A cada beijo mortal
Mata tudo ao seu redor,
O que há muito tempo matou dentro de você...

- Prisioneira do Amor

 
A minha alma tem tédio de minha vida
Uma vida vazia
Uma vida sem vida
Que vive do passado
De uma lembrança que nunca existiu
De um momento que nunca vivi
Sinto uma forte dor no peito
Que corrói a minha alma
E me leva ao mais profundo
Abismo, agora não posso mais ver
A luz do sol, ou se quer, lembrar do brilho
Das estrelas, hoje sou o que chamam
De prisioneira, prisioneira do medo,
Da dor, da angústia de saber que hoje eu
Sou prisioneira do amor

- Rifa- se um Coração





Rifa-se um coração
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...



Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
este coração tantas vezes incompreendido.
tantas vezes provocado.
tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que abre
sorrisos tão largos que quase dá pra engolir
as orelhas, mas que também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.



Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer"



Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.



Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta.

- Noite...



Morcegos e corujas alçam seus vôos,os pombos se refugiam.
A brisa de corpo quente, informe e envolvente roça os caules, as copas das mangueiras.
Meu corpo andarilho levanta o pó da rua.
A luz o paladar da lua banha as nuvens esparramadas sobre o manto gasoso, difusando
Seus raios e projetando minha sombra errante sobre o asfalta duro.
Silêncio.
Meus próprios passos me seguem à retaguarda, retardos. Ao longe se ouve o som
Dos escapes automotivos. Cães ladram e se recolhem. Espíritos rodopiam, sussurram e gritam reunidos nos cabos elétricos do cruzamento da eqüina. Almas atropeladas. Me espiam, me seguem, me empurram. Tropeço. São fantasmas; são meus; são camaradas. Alguém parece falar próximo.Não dá para ouvir. De onde vem? Há, vem de cima, do alto.
São os astros. Estrelas ululantes, planetas mudos, galáxias portentosas, constelações festivas. Ruídos surdos do infinito que vibram os átomos atmosféricos vindos do vácuo frio até os meus cabelos.
Minhas roupas, cúmplices do meu corpo, me abraçam, me protegem, juram fidelidade e subserviência até a cama. Na minha chegada, o quarto escuro, denso, ar ocioso. A luz vem e o denso ocioso foge com a sombra foge da luz. A cama vazia, fria, desperta e me pergunta: onde esteve? Por que demoraste?
Então me aproximo, sento ao seu lado e logo deito sobre ela, e ela me abraça, me protege.Nos envolvemos sob o lençol e colamos o rosto – doce amante e confidente. Dormimos. O sol não tarda a dissipar toda essa bela fantasia.

- Eterno Sono


Um eterno sono pesa em meu corpo agora, quero ir embora,
quero o paraíso das eternas águas que choram e rolam afora,
longe de um despertar doloroso, pesadelo, não quero e espero
o sono eterno que alivie essas dores que eu renego, não quero.

Dormir, sem mais esperar nada além de mim e pôr um fim.
Deitar-se sem mais levantar-se, em frias e mansas águas afundar,
quem sabe em um límpido rio que lave o que morreu em mim.
Pesado sono que não debato mais, quero mesmo é naufragar.

Eu quero assim, eu adormeço, eu esqueço, eu desapareço.
Melhor assim, enfim retormo e retomo o nada que há em mim,
em um sono profundo, tão distante do mundo, eu quero assim,
estar distante de tudo, dar ao mundo enfim a distância de mim.

Abençoado sono, adormecer vagabundo, fuga sem preço
do pesado fardo pago por uma vida, ou, por outras vidas,
tão vazias quanto a minha, fujo do sujo, deito e adormeço
sobre as pedras de um rio, sem retôrno e sem recomeço...

- A Espera



Na ansiedade envolta em silêncio ela espera,
olhar vazio perdido no nada,
coração em fragmentos, espalhados pelos cantos,
alma aprisionada, indecisa na encruzilhada,
pensamentos estéreis fluindo soltos ao vento.


Na indecisão do silêncio ela espera,
pensamento vazio aprisionado no nada,
olhar estéril espalhado pelos cantos,
coração em fragmentos perdido na encruzilhada,
alma aprisionada querendo se lançar ao vento.

Com pensamentos em fragmentos ela espera,
seu coração fluindo solto ao nada,
aprisionando a indecisão pelos cantos,
olhar de ansiedade na encruzilhada,
ela espalha seu silêncio ao vento.

- Anônima



Sussuros dos ventos me trazem a certeza,
que nada mais resta, nem vale mais a pena.
Pulsa em minhas veias o sangue derramado,
em ritmo cigano, desequilibrado e despatriado.


A noite traz na luz das estrelas a fria solidão,
agora é só elas a me guiarem por esta estrada.
Caminho olhando para o céu, desvio da escuridão,
não quero mais ver esses vazios, repletos de nada.


Círculos viciosos me atam nesse lamacento chão,
e eu, atolo-me noite e dia nessa hedionda repetição.
Filme de terror visto e revisto, portanto, não mais insisto,
naquilo que eu já sei de cor, então, simplismente desisto.


Que fiz eu para cair nessa estranha e renegada estrada?
Minhas mãos não me servem, nem lhe servem para nada.
Sei que nunca servi de apoio, e nem me apóio mais em alguém,
anônima e abstrata sigo um caminho onde não encontrarei niguém.

- Perdão



Perdão, pelo sim e pelo não, e então,
a palavra dita, fica, e a dor, permanece,
escondida bem aqui, em algum desvão.


Perdão, pelo amor e pela agressão,
pelo feito e pelo desfeito, nada aquece,
o mesmo frio enregelando o meu coração.


Perdão, são meus os joelhos postos no chão,
e essa mão posta, que mais nada oferece,
esvaziou-se na esquina da minha solidão...

- Lamento



De quem é esse lamento
tão triste e tão profundo,
que devasta a minha alma,
e desintegra a minha mente,
que feito fel me amargura,
e que deixa em meu peito
um vazio de solidão eterna,
feito dor de um amor ausente?

De quem é esse choro
de angústia e sofrimento,
que me faz perder a calma,
e me deixa o peito ardente,
e me faz sair do prumo,
em labirintos sem saída,
e me faz perder meu rumo,
devassando a minha vida?

De quem é esse grito louco,
grito insano de quem se perdeu,
que me gela o sangue na veia?
E percebo com espanto e tristeza
ao procurar a sua origem,
que esse lamento é meu...

- Tudo e Nada...



O céu, um véu de estrelas mutantes, brilhos delirantes,
ofuscando o meu olhar atormentado, apagado e perdido.
Só vejo as estrelas caindo em fossos escuros, indiferentes.
É minha vida se desfazendo em estrelas mortas e cadentes.

A lua, nua diante do céu, iluminada e desarmada lua,
refletindo em meu semblante a poderosa luz divina,
entrando na sua fase negra e enegrecendo-me, e eu,
à mingua, apagando-me sob essa luz que me redimia.

O sol, ardente, irradiando a vida perante a morte,
que destino reservava-me esse sol incandescente?
Abençoaria-me o Rei com todo tipo de sorte, ou,
cegaria meus olhos ante uma imagem remanescente?

O vento, lenvando em seu sopro o lamento meu,
esperança, lembrança, temperança que se foram,
levadas pelo vento ao relento sob o céu, a lua e o sol,
deixando ao léu um triste rosto nebuloso que morreu.

- A voz do Sonho

catcolours_qekj7we7.gif 
No abismo profundo eu ouço,
Ouço uma voz que me conforta
A dor de tempos já não existe
Ela me diz para resistir à tortura
Esta feita sem piedade pela escuridão
A mesma que sempre me acompanhou
Quer mais que minha morte
A voz aveludada eclodia no desespero
No semblante da misericórdia
E eu sentia que não podia libertar-me
Quando inúmeras vozes me chamavam
Ficava com medo do meu destino
Estava tudo ficando tão claro
Eu estava ali para ser apanhado pelas almas
Que surgiam de minha mente
E sem mais, me dominavam
Aquela voz ao fim de tudo
Era uma ilusão do meu sonho
Um falso sonho.

- Pé na Estrada



Saio de todos os caminhos, querem assim, meus pés nus e sózinhos.
No espelho onde me vi pela última vez, não reconheci o meu reflexo,
A aura escurecida ou apagada, cara pálida que não era mais a minha.
Pego então a estrada, se nada fui e, eu não sou mais nada, então desisto.

Não mais insisto com aqueles que não me entenderam, os solitários,
tão perdidos quanto eu estou, nessas estradas e encruzilhadas, o nada.
Caminho para poente, o sol ferindo o meu olhar, não quero mesmo enxergar,
pois, eu já vi demais tudo o que ficou para trás, e não tem mais como retornar.

Rudeza, tristeza e solidão, acompanham-me nesse caminho e o pó,
fere minha alma sem dó, caminho só nessa estrada que não é minha.
Caminham também os outros por outros rumos, estradas inversas, e eu,
sigo em reverso sem prumo nesse caminho, deserto árido que morreu.

Sombras sobre minha cabeça anunciam o fim, são as aves negras visionárias,
grasnando os agouros em meus ouvidos, que eu já sabia, mas não queria ouvir.
Assim, andarei por esta estrada pelo tempo que me for concedido, necessário,
se eu cansar de repente, deito-me nesse solo quente, aí dormirei para sempre.

- Borboletas



Se o vôo da borboleta insiste
no pouso de flores primaveris
porquê ainda essa dor insiste
no mesmo outono que nunca quis?

Se a côr dessa flor insiste
em atrair à bela borboleta
porquê ainda dói meu coração
insitindo no inverno que se foi?

Se até o inverno passou calado,
esperando uma flor que se abriu,
porquê ainda insiste a meu lado,
a dor dum outono que não partiu?

A borboleta se foi fugindo do frio
e o outono se rendeu ao inverno
porquê inda queima em meu peito
o verão que se foi e ninguém viu?

Quisera ser como essa borboleta
que voa livre sem ter um porquê
parece bailar ao som de opereta
de efêmero ato buscando um buquê

Quisera eu ser essa primavera
à doar essas flores à borboleta
oferecer essas pétalas ao repouso
de seu cansaço, passado o outono

Quantos invernos terão que esperar
a dor de um outono que não acabou?
esperando a primavera apenas pousar
igual borboleta que o casulo deixou

Quantas estações em branco inda passar
para eu poder esquecer tudo que se foi
só uma esperança esperando uma estação
que poderá alforriar-me de mim, enfim

- O Canto da Dor...



Canto o canto da inocência perdida,
canto a dor da adolescência ferida
e sofro o martírio das vidas traídas,
em recantos lúgubres de almas sofridas.


Choro as lágrimas do espírito em trevas,
verto o sangue na abominável entrega
perante o maldito vício que te cega
e te joga no negro poço das quedas.


Sufocou o Auro Anjo que te protegia,
nas brumas da tua mórbida inconsciência,
em um ato de profana ira e rebeldia.


Sopra o vento o canto do teu destino,
lança no ar os tristes acordes da tua vida
lamentando a perfídia do teu desvario.

- Vai... Vem...


- Emoções



Oh!-Deuses, Mãe, socorram-me, eu peço-lhes, afaguem-me,
acalentem-me, me tomem eu Teus braços enluarados, pois,
tantas emoções dolorosas me tomam a cada passo, afogo-me.
Levantem essa sua filha, já tão sofrida, machucada, salvem-me!

Oh!-Dor, afaste-se, já não posso mais suportar esse pêso,
tantas perdas, sequências de dolorosas despedidas, não!
Não sei mais dizer adeus, não posso, não quero dizê-lo.
Porquê? É tanta a dor que trinca, arrebenta o meu coração.

Já são tantas as ausências, marcadas, perdidas e dilaceradas,
entrincheiradas nas obscuras e nuas paredes da minha solidão.
Esquinas da escuridão, engolindo os meus amores, mascaradas,
malditas, manipuladoras das minhas dores, peço arrego, perdão!

Tenebrosa maré, um mar negro de expiação, levem-me então,
pois, resta-me tão pouco, são tão parcas as minhas alegrias,
afundem-me, então, nessas devastadas e tormentosas águas,
nâo quero mais essa minha vida, quero o inverso, a salvação...

- O Despertar de Uma Fada


Que desperte em meu peito o sonho
como desperta as fadas nas noites de lua e estrelas,
e que meu coração tenha a medida certa
para dispersar ao vento a magia do amor.
Quero despertar em uma noite como fada
e iluminar tuda à minha volta,
com o brilho de uma luz sutil feito elas.


Que possa eu realizar o que proponho
e de você poder afastar todas as quimeras,
e para você manter a fantasia bem desperta.
Como uma fada mágica, afastar de você toda a dor
e feito fada manter a tua volta luz, de noite enluarada,
e proporcionar um exército de vaga-lumes como escolta
a lançar sobre você suas luzes de variadas cores, todas belas.


Neste momento é tudo de que disponho,
sonhos, vontades de realizações belas.
O sonho de acordar feito uma fada poderosa
trazendo dentro de mim toda a magia e amor,
para poder fazer da tua vida uma bela vida encantada,
para que sua estrada seja toda em flores envolta,
flores mágicas, exalando no ar suas essências perfumadas.

- Caminho



No começo era um caminho,
inexato e impreciso,
apenas um caminho.
E do nada eu começei a caminhar, percorrê-lo,
sem saber onde esses passos iriam me levar.

No meio do caminho compreendi,
com muita dor e pesar,
que pelo mesmo caminho
eu deveria retornar.

Por um tempo esqueci o caminho,
adormeci em mim a ânsia,
pelo tempo e a distância,
de por ele caminhar.

No começo era a distância,
mas o destino cruel e forte,
se fez presente outra vez.
Aumentou essa distância,
e em mim mais uma vez,
a dor da perda se fez,
fria e cruel feito a morte.

E depois veio o tempo,
irônico e sorrateiro,
num apelo sem retôrno,
pôs sob os meus passos
o caminho outra vez.

E ao longo do tempo,
nesse caminho,
seus apelos, anseios e tristezas eu ouvi,
senti a necessidade mais uma vez.

E na duvida que me consome,
nesses sentimentos confusos,
eu me pergunto em agonia:
E agora? Caminho por ele afinal?
E na dúvida de quem caminha,
o que fazer com a minha vida?
Com essa vida que não é minha !

- Fantasmas


Em cantos obscuros me espreitam,
fantasmas do meu passado
que atormentam meu presente,
sufocando a vida que grita,
pedindo a liberdade e a paz ,
num querer viver novamente.

Girando em torno de meus sonhos
os transforma em pesadelo,
gritando em minha mente
e vampiros sugam o que sinto,
prosseguem na tortura demente
não deixando fluir os meus passos.

Em desespero imploro,
me libertem deste suplício,
mesmo tendo a certeza
da culpa que me cabe,
pois sou eu que os alimento.

Acorrentada no ontem prossigo,
tentando no hoje ir em frente,
e cega tateando no escuro
prossigo buscando o futuro,
mas os fantasmas de ontem
insaciáveis me prendem,
dominaram minha mente.

- Preciso de Você

A música que ouço agora, me faz lembrar você...
Foi esta canção, que tocou meu coração...

Fez nascer este enorme amor que sinto...
Hoje ouvindo a nossa canção, lágrimas correm,
suavemente pelo meu rosto...
Trazendo sua imagem...
Refletida nesta mensagem...
Estou vendo o seu belo sorriso...
Está sorrindo para mim...
Vejo também seus olhos a me olhar, profundos,
dizendo muito mais, do que a boca pode falar...
Seus olhos falam
A linguagem do seu coração...
Te amo paixão, mais do que tudo!
Fale! Fale para mim...
Diga bem de perto, olhando novamente nos meus olhos...
Deixa eu te fazer sonhar, mais uma vez...
Mesmo que seja apenas uma vez...
Mesmo que seja pela última vez...
Pelo menos por uma única vez,
deixe teu coração te guiar,
Deixe a emoção falar mais que a razão...
Deixe acontecer...
Preciso de você!

- O Amor...


- Te Quero meu Homem...

Te quero meu homem...
para que tenhas em mim todas as sensações de pleno prazer
vivendo fantasias, desejos sem que nada nos possa deter...

Te quero meu homem...
para que mergulhes em meus poros poços de amor,
águas cálidas que acalentam teu fogo,
que despertam meus sentidos, que nos fazem tremer...

Mas te quero meu amor...
para que mergulhes em meu olhar e
descubras minha alma que agora te chama.
Que acaricies o meu coração e compreendas que te amo...

Te quero meu amor...
para que encontres em mim a cumplicidade, o carinho,
o motivo para sonhar, para sorrir,
um porto de abrigo, mil coisas enfim...

Te quero meu homem...
para que me envolvas em teus braços, me beijes com lábios molhados
do nosso sabor, que imploram em sussurros
que eu sacie tuas vontades e te faça feliz...

Te quero meu homem...
para que me sintas incansável em me entregar, em te possuir,
fazendo-nos acreditar
que sempre nos desejaremos cada vez mais...

Mas também te quero meu amor...
para poder te convencer que não apenas existo num corpo...
que tenho alma, pura e apaixonada que permeia estrelas
se inspira na Lua, se encanta com o Mar e se ilumina ao Sol...

Te quero meu amor...
para pegar em tuas mãos e percorrermos caminhos...

Te consolando das tristezas, compartilhando alegrias
e nos divertindo como seres enamorados
que observam tudo com olhos de amor
Que à noite procuram estrelas, e de dia saúdam o Sol e a Luz...

Te quero meu amor...
para juntos aspirarmos o perfume das flores...

Te quero meu homem...
para juntos exalarmos nosso cheiro de amor...

Te quero meu amor...
para juntos idealizarmos nossos sonhos, atendendo ao coração...

Te quero meu homem...
para juntos realizarmos fantasias e envolver-nos em sedução...

Te quero meu amor...
para juntos tentarmos superar o que nos aflige
Para buscarmos lado a lado a serenidade de que precisamos...

Te quero meu homem
para te pertencer de corpo...

Te quero meu amor...
para te entregar meu Coração
e te desvelar a minha Alma...

- O Lado bom...


Quero ser uma ilha, um pouco de paisagem,
uma janela aberta, uma montanha ao longe,
 um aceno de mar.
Quando precisares de sonho, de um canto de beleza,
de um pouco de silêncio, ou simplesmente de sol... 
e de ar...
Quero ser o lado bom em que pensas,
isto que intimamente a gente deseja mas nem sempre diz.
Quero ser, naquela hora,
 o que sentes falta para seres feliz...
Que quando pensares em fugir de todos ou de ti mesma,
enfim, penses em mim...

- Não Posso te Esquecer



Como podes pensar que eu poderia te esquecer
se é só teu, todos os pensamentos meus
se meus olhos só passaram a ter brilho
depois de receber o brilho dos teus.
Como poderia esquecer-te
se minha vida antes tão sem sentido
hoje é completa e cheia de alegria
pelo tanto que tenho recebido.
Como posso esquecer-te
se te espero a cada dia
se meu maior desejo
é ter sempre a tua companhia.

Como esquecer-te
se esqueço até de mim
se só sinto que existo
por ter-te em mim tanto assim.

Hoje sou eu quem pede
não te esqueças jamais de mim
guarda-me em teu pensamento
que estarás no meu até o fim.

Esquecer-te seria abandonar a própria vida
meu ser já se misturou tanto ao teu
que esquecer-te seria viver
com uma metade perdida.

Não...
eu não te esquecerei jamais!

- Dor...


 

Dor, muita dor, é tudo o que sinto.
e para dor de alma, cura não existe.
Dor por um amor já extinto
e que me deixa infinitamente triste.
Não quero sofrer, mas o que fazer?
Só vejo escuridão à minha volta
e a certeza de nunca mais te ver.
É tamanha a minha revolta
porque nenhuma luz consigo enxergar.
Longe de ti nem um amanhã  posso vislumbrar.
Sem teu amor, como poderei viver?
E esta dor que não me quer deixar!
É tão forte, que já não posso suportar.
A continuar sofrendo assim, prefiro morrer,
porque sei que deixaste de me amar.