- Cinco pessoas um Quarto

Uma divisão, um quadro, uma janela,
papeis, um sofá.
Uma sala vazia com um quadro de mau gosto,
de lado uma janela velha de frente para um sofá gasto.
Não chão, papel por todo o lado.
Um quarto simples, vazio.
Uma janela com vidros baços, um sofá com os braços rasgados e o chão coberto de papel.
Um quadro escuro e velho.
O teu quarto.
O teu lugar, como sempre lhe chamaste.
O sofá de veludo vermelho em que tantas noites te sentaste para ver a lua passar devagar.
 Por trás encontrei estas velas.
São daquelas de cheiro.
Não sei porque estão escondidas.
 Nunca me falaste nelas... O quadro.
 Ninguém gostou dele, mesmo assim insististe levá-lo contigo.
Sento-me no chão e começo a ler
 todos os papeis que encontro.
Poemas, musicas, desenhos, pautas, palavras soltas em papeis rasgados.
 Penso como deve ficar bonito com as velas acesas.
O teu quarto quase vazio esta cheio de segredos e o ar que nele se respira leva-me para a tua loucura.
O meu lugar. O meu espaço. O meu quarto.
Só eu me apaixonei pelas cores mortas,
sujas do retrato de uma menina com
o vestido vermelho escuro.
Ao lado a minha janela,
daquelas velhas e de madeira com a tinta a lascar,
mas é a minha janela de frente para o meu sofá.
 Um sofá que já nem me lembro
 se me deram ou se encontrei.
Sempre me lembro dele existir e lembro-me dele
 sempre velho e gasto.
Com o veludo russo e os braços rotos.
Passei infinitas noites sentada no meu sofá para ver as sombras que a lua faz ao passar.
Lembro-me de todas as fases.
 Por vezes acendia algumas velas que
 espalhava pelo chão e de barriga
para o teto ficava a espera que a lua aparecesse.
 No fim escondia-as atrás do sofá porque era o
 meu segredo ,o meu ritual.
Nunca te contei isto.
São agora reparo na quantidade de coisas que escrevi.
Nunca tinha espalhado tudo pelo chão.
 Fica bonito com as velas acesas, devias gostar.
 Parece um filme, uma fotografia.
Fotografia!
Quase não me lembrava...
Deve estar uma entalada por trás da moldura do quadro.
A tua.
A quem eu nunca contei o segredo das velas.
Nem que tinha uma fotografia tua.
Tenho um quarto quase vazio cheio de segredos e no ar a minha loucura.


- Para Mim...

Hoje no cafe, pedi um cappuccino. 
E veio com amor.
Vinha embrulhado em plastico e quase que 
derreteu com o calor da chavena.
Era um amor de chocolate.
Bebi o meu cappuccino,
 saborei cada gole como se fosse um beijo molhado. 
Quente e espumoso.
Agradeci com os olhos `a menina que me serviu.
 Mas ela nao percebeu.
 Parece que esta linguagem dos olhos nao 
`e facil porque `e falada baixinho. 
No entanto fico tranquila por ter agradecido. 
E triste por nao ter sido ouvida.
Como o amor que ela me deu. 
Quase derretido, 
deixo-o desfazer-se suavemente na lingua 
e ate retardo o prazer de o engolir.
Porque nao resisto a esta efemeridade,
 nao sei.
Devo estar mesmo seca de amor, porque pedi outro. 
A menina estranha,
 mas volta a servir-me um amor de chocolate.
Que linda a menina que tem como servico servir amor.
Nao sei se o faz com prazer. 
Nem deve ter nocao disso.
 Se soubesse, dancava enquanto o fazia.
Eu sei que dançava!

- Foi você quem me conquistou...

Se esse amor não falasse 
e não estivesse presente em mim, 
pediria ao céu para desabar...
pois jamais vou deixar de te amar. 
Te amo e não consigo viver sem você ,
 deixa eu te proteger...prometo... 
que na chuva ou no frio vou cuidar de você. 
Simplesmente somos tão apaixonados , 
pois nossos sentimentos são puros e verdadeiros...
vamos contar esse amor pro mundo inteiro. 
Entre tantos corações, o seu me conquistou...
fecho os olhos e te vejo mesmo assim...
pois meu coração só vê você.

- Cheia de amor...

É uma saudade tão minha. 
Tão nossa... Tão recheada de histórias.
 É uma saudade tão grande, tão presente, tão constante. 
É amor que se eternizou através de carinho, de sorriso, 
de passeios, de histórias na hora de dormir. 
É amor que ficou diante do tchau que eu não queria dar,
 diante do mundo de sonhos que imaginei. 
É uma saudade cheia de vida, 
de bons momentos, de carinho sincero,
 de felicidade que impulsiona.
 É uma saudade de criança que brilha 
nos olhos e aperta o coração. 
É saudade que não tem fim,
 que não dimensiona, que não termina.
 É a minha saudade cheia de cor. 
Cheia de AMOR !"