Deixa ficar comigo a madrugada,
Para que a luz do sol não me constranja
Numa taça de sombra estilhaçada
Deita sumo de lua e de laranja
Arranja uma pianola, um disco, um posto
Onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de agosto
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, pode partir. Só te aconselho
Que acendas, para tudo ser perfeito,
À cabeceira a luz do teu abraço
Entre os lençóis, o lume do meu peito...
Depois pode partir, de nada mais preciso
Para minha ilusão do paraíso...
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