- Sob um Céu de Acasos

há um tempo em que as ilusões se dissipam
e a corda que nos sustentava se rompe
há um tempo em que as hastes se curvam
derrubando as flores soberbas
e os botões que seriam buquês

há um tempo em que as pedras trincam
as raridades se partem
os achados se perdem
e ninguém sabe onde foram parar os poemas
os guarda-chuvas
os sortilégios
os pássaros
as bonecas das meninas mortas
os chapéus que sumiram na ventania

há um tempo um tempo um só tempo
depois não há mais tempo
porque soaram as sirenes que proíbem a fantasia
a realidade não acolhe planos
sob um céu de acasos e sonhos minados

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