- Anônima



Sussuros dos ventos me trazem a certeza,
que nada mais resta, nem vale mais a pena.
Pulsa em minhas veias o sangue derramado,
em ritmo cigano, desequilibrado e despatriado.


A noite traz na luz das estrelas a fria solidão,
agora é só elas a me guiarem por esta estrada.
Caminho olhando para o céu, desvio da escuridão,
não quero mais ver esses vazios, repletos de nada.


Círculos viciosos me atam nesse lamacento chão,
e eu, atolo-me noite e dia nessa hedionda repetição.
Filme de terror visto e revisto, portanto, não mais insisto,
naquilo que eu já sei de cor, então, simplismente desisto.


Que fiz eu para cair nessa estranha e renegada estrada?
Minhas mãos não me servem, nem lhe servem para nada.
Sei que nunca servi de apoio, e nem me apóio mais em alguém,
anônima e abstrata sigo um caminho onde não encontrarei niguém.

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